terça-feira, 10 de fevereiro de 2009

CAÇADORES DA CAIXA PERDIDA

O livro está praticamente terminado.
As entrevistas já foram feitas, os documentos já foram lidos, agora é só sentar e terminar de escrever o que ainda falta.
É impressionante como o trabalho até aqui foi desenvolvido e guiado, creio que por Deus, principalmente por uma caixa encontrada há poucos dias, que proporcionou um grand finale à parte documental.
Logo que ficou decidido que o livro seria produzido, ouvimos uma história que muito nos animou, a existência de um livro, ou parte de um livro sobre o IASP, começado pelo prof. Lucio Costa, falecido em 2000 e que seria nosso apoio naquele inicio.
Entramos em contato com a sua família, mas eles não sabiam onde este manuscrito estava. Numa entrevista com o prof. Irineu Rosales ele reafirmou a existência deste material e acrescentou, “Há uma caixa cheia de materiais que o prof. Lucio Costa coletava para escrever o livro”, mas infelizmente acreditava que não existia mais.
Com o passar dos meses essa história foi se tornando quase um mito. A caixa com o livro sobre o IASP do prof. Lucio Costa...
Com chegada da data final do cronograma para a recuperação documental, a idéia de encontrar esse documento foi abandonada e chegamos mesmo a acreditar que se existisse, ele não seria mais encontrado por ninguém. Algo como a busca pela Arca da aliança ou o Santo graal.
No inicio deste ano encontramos o pr. Claudio Vilela que atualmente mora em Nova York, e estava de visita pelo país. O procuramos sabendo que havia sido pastor da igreja do IASP e pela indicação do prof. Irineu Rosales de que havia se envolvido no projeto do livro com o prof. Lucio Costa. Falamos com ele rapidamente e o lembramos do material, mas como não fez menção de possuí-lo deixamos um telefone para contato e solicitamos sua ajuda no que pudesse.
Alguns dias se passaram...
Num final de tarde recebemos o recado de que o pr. Claudio Vilela nos procurava, ligamos para ele:
- Boa tarde, pr, como vai? O Sr nos procurou?
- Sim, amanhã voltarei para Nova York, e estou com a caixa aqui.
Não lembro do que ele falou depois de “caixa”, só sei que marcamos o mais rápido possível para ver aqueles documentos. Fomos a casa onde estava e encontramos a lenda, a “caixa”.
Ele explicou a preciosidade do que havia ali dentro, 4 capítulos manuscritos do prof. Lucio Costa do seu projeto de 17 capítulos sobre o IASP, biografias dos diretores escritas por eles próprios à mão, recortes de jornal, fotos, etc. Pediu para guardar com carinho aquele tesouro.
Voltei com aquela caixa e em local apropriado a abri e vi cada um dos documentos que ali havia.
Nessa altura do nosso cronograma, o quarto capítulo do nosso projeto de 5 capítulos já estava terminando, e a nossa alegria ao ler todo aquele manuscrito foi confirmar que, o que havíamos produzido estava em conformidade histórica com o que o prof. Lucio Costa havia também escrito.
Por trinta anos esse livro foi planejado, a primeira menção ao desejo de escrever um livro histórico sobre o IASP foi feita em 1979 pelo pr. Tercio Sarli, desde lá esse desejo é alimentado e pela graça de Deus pretendemos concretizar esse sonho no próximo aniversário do IASP.

Foto do manuscrito que o prof. Lúcio Costa preparava para se tornar o livro histórico.

quarta-feira, 19 de novembro de 2008

NOVIDADES SOBRE O LIVRO!!!

Estamos passando da metade do texto e as últimas entrevistas estão sendo feitas. A parte de coleta documental praticamente está encerrada e o texto começa a tomar o seu destino final.
Temos preparado algumas surpresas para os futuros leitores, mas como são surpresas, precisam continuar assim até o lançamento, no aniversário de 60 anos do IASP, ano que vem.
As entrevistas são uma das partes da pesquisa mais interessantes. Apesar deste não ser um livro com um personagem central, ou, o personagem central ser um colégio, muitos entrevistados revelam os relatos do passado vividamente. E depois da pesquisa documental e bibliográfica, ter a oportunidade de conhecer os personagens desta história e ouvir, sentir com eles as emoções da jornada, sem dúvida é fantástico.
Na fase de levantamento documental e fotográfica, passamos a conhecer alguns deles, e além de ler, vemos esses personagens em fotos de 20, 40, 60 anos! Quando temos a oportunidade de visitá-los, apertar a sua mão, e deixar que eles nos contem sua história, suas impressões, passamos momentos de grande satisfação em poder conhecer essas testemunhas oculares da história. Não são um parágrafo ou uma figura estática impressa em papel, são seres humanos, homens e mulheres que lutaram por um ideal.
O meu desejo foi muitas vezes entrevistar o maior número possível destas ilustres personalidades mas o tempo é um inimigo terrível.
No dia 6 de novembro, tive a oportunidade de realizar uma entrevista coletiva com quatro ex-alunos da década de 60 e um da década de 70: Enis Rockel, Malton Braff, Dirce Braff, Janete Conrad e Jader D. Santos.
Foram momentos muito agradáveis que passamos relembrando algumas festas da amizade, momentos espirituais e fatos cômicos marcantes nesses ex-alunos. A razão da visita deles ao IASP foi participarem de uma programação especial de reencontro de antigas formações dos Arautos do Rei. E aproveitando a vinda foram entrevistados para o livro.
Mais uma vez, ao ouvi-los falar com tanto amor e calor dos anos do ainda GAC, é patente a sensação de que eles podem até ser ex-alunos do IASP, mas o IASP é para sempre o Colégio dos seus corações.

Enis Rockel, Janete Conrad, Jader Santos, Dirce Braff e Malton Braff

terça-feira, 11 de novembro de 2008

O ANIVERSÁRIO DO IASP 2008

O aniversário de 59 anos do IASP aconteceu no final de semana de 11 e 12 de outubro último.
Começou a contagem final, a partir desta data, um ano para o livro ser entregue em suas mãos. Estamos a todo o vapor entrevistando, pesquisando e escrevendo essa história que esperamos irá trazer lembranças a muitos, especialmente aos ex-alunos.
Neste final de semana de 59 anos, fizemos uma exposição na biblioteca do IASP dos quadros de formatura. Muitas turmas de alunos formandos, preparavam uma placa com fotos para ficar no colégio como recordação. Essas placas, produzidas desde 1952, estão sendo reformadas e acondicionadas para resistirem por muitos anos mais e manterem a lembrança, aos próximos, daqueles que iniciaram a instituição.
Aproveitamos a situação para conversar com alguns ex-alunos que visitaram o prédio. Naquele ambiente onde eles viveram a algumas décadas, várias histórias foram rememoradas e alguns amigos reencontrados.
Ficam com vocês algumas fotos do evento.
Quadro da turma de 1968

Entrevista com ex-alunos para o livro

Quadro com fotos históricas

Ex-alunos em visita à exposição

quarta-feira, 22 de outubro de 2008

ENTREVISTANDO ROBERTO CREMONESE - II

Foram aproximadamente 3 horas de entrevista, o Sr Roberto Cremonese esteve no Colégio desde 1950 até 1978, com um pequeno intervalo de ausência, portanto ele poderia me ajudar bastante, dando uma visão panorâmica dessas décadas. Muitas histórias foram contadas, muitas personalidades lembradas, seus feitos, exemplos. Homens que deixaram naqueles com quem conviviam, a sensação de que Deus era seu Amigo, e que andavam em sua presença.
Agora ao escrever não posso deixar de pensar que o Sr. Cremonese seja um deles. Foram poucas horas, mas reveladoras, através das dificuldades que também viveu e como reagiu e reage à vida com coragem e satisfação, sua humildade e acessibilidade me impressionaram. Ao final me convidou para um lanche. Mesa farta.
Conversamos mais um pouco, só que informalmente dessa vez, me contou de sua luta contra a doença, e como é grato a Deus por sua vida e dos planos para o futuro, inclusive ir até a Conferência Geral em 2010.
– Mas antes quero ter o prazer de entregar um exemplar do livro do IASP ao Sr, pessoalmente – disse a ele.
– Se Deus quiser.
Despedimos-nos e deixei o Sr Cremonese e sua esposa, D. Sarah, em Pedregulho, ainda impressionado por sua alegria e energia. No caminho de volta meditei na idéia de que foi pelo exemplo de homens como ele, que alunos, dentro e fora da sala de aula, foram motivados a buscar viver uma vida modelar diante de Deus e dos homens. Foram pessoas assim que deram vida a outras vidas e nos inspiram até hoje.

segunda-feira, 6 de outubro de 2008

ENTREVISTANDO ROBERTO CREMONESE

A pouco mais de 50 km de Franca, interior de São Paulo, há uma pequena cidade chamada Pedregulho, nela hoje, vive um homem que trabalhou no IASP por mais de duas décadas, seu nome, Roberto Cremonese. Mas comecemos um pouco antes.
Tenho entrevistado alguns ex-funcionários do IASP, mas todos até agora eram da região de Hortolândia, não havia saído da cidade, até porque a comunidade que vive em frente ao colégio, no bairro Parque Ortolândia, acabou sendo formada por muitos adventistas que chegaram e foram ficando nos arredores do colégio. Pedregulho dista aproximadamente 350 km de Hortolândia.
Cheguei a Pedregulho por volta do meio-dia e enquanto esperava o horário combinado para a entrevista, fui ao centro, que assim como tantas outras cidades pequenas do interior, contém uma praça, uma igreja e um pequeno comércio local. Já ouvi que qualquer localidade com uma praça, igreja e banco Bradesco já pode ser considerada cidade, e Pedregulho tem os 3 elementos. Mas a cidade é mais que isso, é muito agradável, mantém ainda aquele espírito de interior, onde é possível ver alguns idosos jogando damas na pracinha, crianças brincando longe dos pais e um clima de fim de semana todos os dias. Revi as perguntas que iria fazer e resolvi tirar algumas fotos da praça para ilustrar esse blog...
Em algumas entrevistas é preciso levar uma pequena parafernália para registro e qualquer imprevisto, dessa vez inclui uma máquina fotográfica para tirar uma foto do seu Cremonese, como prometido a uma amiga. Voltando a praça, quando fui bater a foto, percebi que havia esquecido a bateria posta na noite anterior para carregar, fica aqui registrado o meu desapontamento e minhas desculpas a amiga, mas a 350 km de distância de casa, teria que me virar com o que tinha a mão.
No horário combinado apareci em sua casa e conheci o Sr Roberto Cremonese, cujo nome já me era familiar de tanto tê-lo lido em fontes de pesquisa. Recebeu-me no portão:
- Acertou fácil?
- Sim, e não precisei perguntar a ninguém.
Entrei, expliquei melhor o meu objetivo ali e como seria a entrevista. Geralmente os entrevistados dizem não saber se terão informações úteis, mas no desenrolar da conversa fica claro, que nesse ponto, ele e todos os outros entrevistados até agora, estavam errados... (continua)

segunda-feira, 29 de setembro de 2008

O PROBLEMA DA MEMÓRIA

Uma das primeiras dificuldades sentidas nas entrevistas era criar os meios para que o entrevistado pudesse lembrar-se de, por vezes, 20 anos, e os relatasse cronologicamente. Esse é um desafio real para qualquer ser humano. Se perguntassem a você o que aconteceu em 2004, talvez você se lembre de três a cinco eventos, e se foi um ano particularmente bom ou ruim, ou se aconteceu algo realmente significativo em sua vida, talvez essa lista aumente um pouco mais, mas não lembramos de cada dia de cada semana de cada mês de cada ano de nossas vidas. Somos seletivos. E por sermos seletivos em questão de memória, resumimos, reorganizamos, classificamos, rearranjamos cada lembrança e com o tempo pouca coisa pode restar para contar.
É muito bom quando encontramos alguém com uma boa memória capaz de lembrar detalhes e esclarecer particularidades que não temos mais hoje meios de descobrir, pois ficaram nas vagas não registradas do tempo.
A situação se torna ainda mais complexa quando tentamos buscar as pessoas do início do colégio, ou mesmo de antes do seu funcionamento, daqueles que idealizaram, sonharam, que trabalharam na construção dos prédios, e o que posso adiantar é que, graças a Deus temos encontrado essas pessoas que nos têm sido muito úteis, puxando de um fio da memória nomes e situações, desdobrando em cores vivas o passado.
Um deles nos lembrou de que nos primeiros anos a comunidade do GAC não era composta só por alunos e professores, mas alguns animais tinham papel fundamental na manutenção e bem-estar geral, mas essa história você terá de esperar para ler no livro...

Alunos industriários do GAC

"OS FINS JUSTIFICAM OS MEIOS"

Essa é uma das máximas mais conhecidas e repetidas quando queremos conscientizar, a nós mesmos ou a outros, de que o alvo, a chegada compensa mais que as dificuldades e os percalços do caminho, e com isso eu concordo em muitos casos e acredito que também em certos casos, você concorde. Mas ainda que as pedras no caminho possam ser esquecidas quando recebemos os louros da vitória ou os abraços ao fim da jornada, sem dúvida, elas também fazem parte do processo, por isso, da conquista, não podemos simplesmente descartá-las. E foi pensando nisso que criamos esse blog, que irá apresentar a você o processo de feitura do livro e o que envolve esse projeto e seus desdobramentos. Sendo assim, ainda que os fins justifiquem os meios, os meios também se justificam.
Ao iniciar o projeto do Livro Histórico do IASP alguns desafios eram conhecidos e outros, nos chegaram à medida que caminhávamos. O maior desafio, sem dúvida, é resumir 60 anos de histórias, da instituição e de quem já passou por ela, em poucas páginas, não muito mais de cem, e quando pensamos que faz parte da idéia original, rechear o livro com fotos, o volume de texto, chega até quase a metade, mas com a graça de Deus cremos que este montante será suficiente.
Para a construção do texto sabíamos que as fontes de pesquisa não eram muitas. Temos no IASP poucos textos, dois ou três de até oito páginas, que nestas décadas deram conta de pontuar o desenvolvimento do Colégio. O que deveríamos fazer sabíamos, coletar o máximo de informações em periódicos e livros (por exemplo, os últimos 60 anos de Revistas Adventistas foram lidos para extrair qualquer referência ao IASP) e entrevistar aqueles que viveram a história. E assim começamos nosso trabalho, e é assim também que a história da história começa...

Corpo docente da década de 1950